Estou chafurdado em um processo enfadonho de criação. Penso, não escrevo. Desescrevo com a borracha algumas linhas outrora postas, e minha paciência torra lenta, macia e aguda, barulhinho de quando se acorda até o dormir.
Deus queira que essa criação seja passageira, que a minha rima nasça ligeira, não aguento esperar. Essa dorzinha que matuta em minha cabeça, espero que desapareça, pois quero gritar. Eu grito sempre, grito meu egocentrismo, essa coisa da primeira pessoa e do eu, que finge um conflitinho medíocre.
A verdade é que eu sempre falo as mesmas coisas com palavras diferentes, devo ter dito. Só que o vento leva, o papel queima, a fumaça encobre. Estou encoberto de mim mesmo, e por isso me afasto: fingimento poético sim, daqui para frente.
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