terça-feira, 4 de novembro de 2008

Falar com a parede

No momento eu não digo, explodo: saiofalandosempausacomoseomundofosseacabar. Aí sai um monte de coisas sem sentido, mas que me deixam menos enforcado. Na verdade eu não gosto muito de dizer. O silêncio são as palavras implícitas, e como eu não me dou muito bem com elas, prefiro guardá-las para quando tiver necessidade.
A minha necessidade agora é dormir. Dormir para esquecer, apagar, refazer, começar de novo, enfim, mais um tanto de palavras invarialvelmente prefixadas por 're'. Mas isso se deve a um cansaço mórbido que eu tenho sentido. Estou um velho de oitenta anos essa semana, embora ache que até mesmo um velhinho se sente menos cansado do que eu.
Isso se resolve com uma boa dose de paciência. Muda, oculta, que não se revela. No entanto, não é assim tão fácil, visto que tenho que me desgartar pensando, falando, sentindo, umas coisas que nem fazem tanto sentido para minha vida. Aliás, o que realmente faz sentido? Ainda não sei a resposta, mas gostaria de buscá-la: preciso ficar mais a sós com os livros.
E como estou costurando esse texto (colcha de retalhos), cada assunto puxa outro, e ponho-me a falar de livros. Ah, como queria tê-los mais em minha companhia. Porém aconteceu de um tal de relógio aparecer para eu ficar louco: tempo. É tempo marcado para tudo - inclusive ler. E os livros são menos procurados, deixados de lados, tratados como bastardos. Não, eu preciso de mais tempo para eles, nem que eu pare o relógio e viva aquele tempo meu de que sempre falo repetitivamente nos textos.
Então preciso ir, pois dormir também tem tempo certo. Daqui a pouco vou acordar, na hora certa, para mais um dia. Um dia que se levanta por essas bandas e à tardinha vai para o outro lado do mundo. Bem, antes que eu fale mais coisa, FIM.