sábado, 30 de agosto de 2008

Finito (ou quase)

Este Blog faz aniversário no dia da Independência. Sete meses de digitações periódicas e "vai-e-vens" de dedos que arranham algumas palavras.
Mas ele merece morrer um pouco, não que eu queira matá-lo. Na verdade eu até quero, porém para que não soe abrupto vou deixar que morra sozinho.
Isso, no canto mais apertado da mala que carrego comigo há muitos anos. É que viajo para lá e para cá, nômade dentro de mim mesmo.
Este é um atestado de óbito literário. Literário, que pretensão. É um óbito textuário, desses que são enterrados como indigentes. As palavras ficam, mas daqui há um tempo se vão, pelo ralo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Lacuna

Não tenho palavra para gastar: dizer custa caro.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Qual o sentido (?)

Ela: Vou embora daqui, já estou de mala pronta.
Ele: Por mim tudo bem.
Ela: Como assim, 'por mim tudo bem'? Olha, se eu cruzar aquela porta você não me verá mais.
Ele: Não tem problema.
Ela: O que está dizendo, seu estafermo? Eu não te ameaço mais, estou te dizendo.
Ele: Pode partir, bon voyage.
Ela: Sabe, eu sempre achei você muito bobo. Sorrisos demais, abraços demais, palavras exageradamente doces, cigarros mentolados de marcas horríveis, LP's das bandas mais cafonas, livros de autores decadentes - nossa, tudo muito ultrapassado.
Ele: Pois é.
Ela: Não banque o fático comigo, já passamos da fase de ficar testando o canal de nossa esdrúxula comunicação. Vai, diz alguma coisa antes que eu finalmente vá daqui para nunca mais olhar esse seu semblante conformado.
Ele: Não sei.
Ela: O que é agora, deu para irritar? Ora, eu só posso ser maluca ou algo similar. Onde estou que já não fui daqui? É isso mesmo, chega de conversa. Quanto a você, não me procure. Estou morando na Rua 'x', apartamento 'y', esquina com a Rua do Nunca e no bairro dos Ninguéns. Ah, detesto você. Ou melhor, te odeio.
Ele: Pode deixar, te faço uma visita.
- Ela foi-se dali como quem foge de um martírio. Não tinha nome, identidade, não era nada. Não passava do imaginário dos que fantasiam e não sentem.
Onde posso encontrar minha objetividade?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Retorno à rotina

Publiquei hoje,
somente para mim,
meu mais precioso livro.
Relatos aleatórios,
sobre coisa alguma,
que eu ainda arrisco fazer.

Hoje também
foi um dia apático,
desses que começam cinzentos
e terminam com o habitual tédio.

Essas palavras
que aqui aparecem,
são o tempo que eu queimo,
as horas que passam
e o meu monólogo incansável.
Chega.