quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sujeito Indeterminado

Hoje acharam tudo feio. O chá não foi bom, os biscoitos estavam duros, não queriam nenhuma conversa. Pois bem, decidiram sair para ver se faziam alguma coisa, como por exemplo, visitar o relógio da praça central. Nossa, um 'belo' programa. Mas não era Domingo, então resolveram que iam parar no primeiro café da estrada, para ver se lá tinha algum livro interessante, ou talvez um capuccino estupidamente delicioso. Bem, também não encontraram. Que coisa, mas será que o dia de hoje seria assim tão inconclusivo? "Talvez não!" - eis que surge uma voz. Todos olharam para a porta, se entreolharam, tiveram um momento de silêncio (mórbido), como se pudessem ouvir, tocar, VER o silêncio. Decidiram, por fim, que seus olhares concordavam em seguir por aquela porta em busca de algo novo, talvez aprazível, quem sabe.
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Mas não, hoje terminou assim, com todos saindo sem mais nem menos, seguindo não sei quem para não sei onde. Acho que a minha mais profunda vontade era ser assim. Ser indeterminado, sair por aí, não ver ninguém, só o silêncio. Agora canta a cigarra, em um leve pulsar repousante, e me imagino em um bosque. Sou eles, e mais ninguém.

domingo, 18 de maio de 2008

Penso, logo (nunca) existo

Uau, quanta ausência aqui. Mas dessa vez digo e repito, há muito tempo que não trago novas aqui neste lugar. Bem, não diria que agora as tenho, apenas não quero me demitir da função que tenho de entreter a mim mesmo.
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Esses dias que passaram transcorreram lentos e agonizantes. Não que viver não seja um dom, mas é que vida requer pessoas, e eu me enjôo muito facilmente delas. As poucas de quem não quero enjoar estão distantes, e mesmo assim elas cheiram à guardado em meu baú de lembranças (cuja chave guardei dentro dele).
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Não sou egocêntrico, e me descrever em palavras belas e calmas seria fugaz. Preciso ser áspero e arredio, assim bem subjetivo. Meus textos são descartáveis: leia, deteste e jogue para o lado, melhor ler um livro. Mas desse teclado saem letras compulsórias, mecânicas.
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ATENÇÃO: Este que aqui está não sou eu, apenas uma imagem de mim . Para aqueles que quiserem me achar, por favor me procurem no passado, meu presente está congelado. Pessoas e vozes, fotografias e músicas, estou em um momento em que apenas a ausência me faz pensar, pensar incerto, melancolia.
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É verdade. Melancolia. Encerro mais um monte de nada, espero comentário nenhum e o tempo está passando, minha velhice está próxima. Leitor (?), eu sou uma pessoa muito difícil.