Hoje vou colocar minha melhor roupa, sair por aí, andando com o vento, conversando com o vazio que são as ruas de 1º de Janeiro. Ah, eu gostaria que todo dia tivesse um pouquinho de 1º de Janeiro. Sempre um ar de coisa nova, dessas que a gente pensa que nunca viu mas que já nos acompanham desde sempre. Vou também encher um balão, colocar fita e andar com ele, até que flutuemos juntos, e eu possa ser o vento, transcendental e límpido. Não tão leve, mas realizado.
Pá (barulho), acordei.
Hoje é dia 1º, a manhã se desenha: hoje é o início de um quebra-cabeça, que termina daqui a 364 dias, para que outros e mais outros possam ser montados, cada um a sua maneira.
"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
Pá (barulho), acordei.
Hoje é dia 1º, a manhã se desenha: hoje é o início de um quebra-cabeça, que termina daqui a 364 dias, para que outros e mais outros possam ser montados, cada um a sua maneira.
"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
Mário Quintana
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