quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Verão

Hoje acordei cedo. Tão cedo que eu mesmo estranhei estar de pé àquela hora. Levantei soturno da cama, como um gato que se espicha assustado. Caminhei até a cozinha, vi o pão, a manteiga e o café. Sentei. Pausei um momento, olhei a janela, e vi o campo que lá fora se iluminava pelo Sol. Senti-me bem, eu que em minhas manhãs costumo estar mergulhado em tédio, mas não só nelas, talvez durante o dia inteiro.

Terminado o ritual exigido pela manhã, corri pela grama até o mais verdejante ponto. Lá deitei-me sem medo do calor, que era apazigüado pelo vento. Vento forte, fugaz, faceiro. As andorinhas refestelavam-se pelos ares, percorriam as árvores atrás de frutos, e furtavam-me pequenos galhinhos. Senti que era aquele o momento de me libertar, e então, como uma perdiz, lúcida e alabastrina, lancei-me ao ar, consciente de que o limite de tudo era a minha imaginação: infindável.

Um comentário:

Stephanye disse...

eu viajo com os seus textos, não por não entender, mas por causa das imagens... são lindas, e é ótimo poder ver na minha mente o que você escreve